Metade das espécies florestais do mundo está ameaçada por
causa da agricultura e do impacto das mudanças climáticas e o Brasil é o país
que mais perde cobertura florestal por ano em todo o mundo, alertou a
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), nesta
terça-feira.
Os dados são do primeiro estudo global sobre recursos
genéticos florestais, que mapeou as 8.000 espécies de árvores e vegetais mais
utilizadas pelo homem em 86 países. Desse total, cerca de 2.400 são cultivadas
com técnicas adequadas e apenas 700 espécies são desenvolvidas por meio de
seleção ou melhoramento genético.
“As florestas fornecem alimento, bens e serviços essenciais
para a sobrevivência e o bem estar da humanidade. Esses benefícios dependem da
manutenção do rico estoque de diversidade genética contido nas florestas do
mundo, que está em risco”, afirmou Eduardo Rojas-Briales, um dos diretores da
FAO, no comunicado do órgão.
Campeões do desmatamento — De acordo com o estudo, os dez
países que mais perderam cobertura florestal entre 1990 e 2010 foram Brasil,
Indonésia, Nigéria, Tanzânia, Zimbábue, República Democrática do Congo,
Birmânia, Bolívia, Venezuela e Austrália. Estima-se que existam entre 80.000 e
100.000 espécies florestais em todo o mundo e essa biodiversidade é o que
impulsiona a melhora da produção e qualidade de vegetais usados para a
alimentação. Além disso, a variabilidade genética protege o ambiente de pestes
e garante a capacidade de adaptação a condições naturais favoráveis, incluindo
as causadas por mudanças climáticas.
O estudo alerta para uma ação urgente para melhor
administrar as florestas e seus recursos genéticos, para que a biodiversidade
seja mantida a longo-prazo. Além disso, pede o comprometimento dos países para
desenvolver programas nacionais para garanti-la.
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