O Instituto Brasileiro de
Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é uma organização da sociedade civil
fundada em 1981 por, entre outros, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. O
Ibase tem como objetivo a radicalização da democracia e a afirmação de uma cidadania
ativa. Para isso, a instituição acredita ser necessário fortalecer o tecido
associativo da sociedade, incidir em políticas públicas e criar uma nova uma
cultura de direitos. As iniciativas do Ibase são regidas pelos princípios da
liberdade, igualdade, solidariedade, participação, diversidade e justiça
socioambiental. O Ibase privilegia a atuação em rede. É parte de uma rede
global, um ator com conexões mundiais e raízes locais. Essa ação em rede
propicia, por exemplo, tanto o Fórum Social Mundial, do qual o Ibase foi um dos
criadores, quanto campanhas como a Pacto pela cidadania – favela é cidade, sobre
o PAC das favelas no Rio. Iniciativas como o Fórum e o Pacto ilustram o papel
do Ibase na renovação e no fortalecimento da democracia. Uma contribuição que
teve como marca a campanha contra a fome de Betinho, nos anos 1990, o projeto
de balanço social das empresas, o Alternex, primeiro provedor de internet no
Brasil, o Diálogos contra o racismo, entre outras ações. A história de 30 anos
do Ibase se confunde com a da reconstrução da democracia no Brasil. A
instituição se organiza hoje em sete núcleos, no total, responsáveis pela
gestão direta dos projetos. No comando dessa estrutura, há a Direção, composta
por três diretores, um deles o diretor-geral. O Ibase tem seis linhas gerais,
dimensões e estratégias agregadoras, temas que devem pautar o trabalho de todos
os seus núcleos e projetos. São elas Alternativas ao desenvolvimento e criação
de novos paradigmas; Combate ao racismo e ao patriarcalismo; Direitos Humanos;
Estratégias de comunicação; Estratégias de gestão e sustentabilidade política e
financeira; e Fórum Social Mundial. As ações do Ibase são debatidas mês a mês
pelo Coletivo de Gestão Programática, grupo que reúne os sete coordenadores de núcleo
e os três diretores. Um Conselho Curador atualiza normas, subsidia e orienta a
implementação das políticas e as relações com parceiros.
Balanço Social
Os primeiros balanços sociais de
empresas foram divulgados no Brasil na década de 1980. A iniciativa, porém, só
ganharia visibilidade em 1997, quando o Ibase elaborou um modelo único e
simplificado de balanço, e o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, iniciou uma
campanha pela divulgação voluntária das empresas. Nos primeiros anos da
iniciativa, o projeto conseguiu apoios importantes. Realizaram balanços sociais
anuais a Inepar, a Usiminas, a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a
Light. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) recomendou a realização do balanço e o modelo do Ibase a todas as
empresas do setor. A Câmara Municipal de São Paulo criou um selo com base no
modelo Ibase. Houve parcerias com a Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), o Serviço Social da Indústria (Sesi), a Fundação Instituto
de Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides), a Associação dos Analistas e Profissionais de
Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), o jornal Gazeta Mercantil, além
de algumas universidades. O Ibase lançou o selo social Ibase/Betinho,
conferido a todas as empresas que publicassem o balanço social no modelo
sugerido pela instituição. Atualmente, o modelo do balanço social desenvolvido
pelo Ibase continua disponível para as empresas que desejarem utilizá-lo. A
distribuição do selo Ibase/Betinho foi suspensa em 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário